Nov 8, 2010

Alunos gordinhos e nada saudáveis, diz pesquisa da Universidade de Brasília

Grupo 3

Pesquisa na Universidade de Brasília com 860 alunos dos 8º e 9º anos de 10 escolas públicas do DF revela que 89% deles não haviam se alimentado corretamente na véspera. Cerca de 17% dos entrevistados estavam acima do peso

Esta pesquisa realizada por uma professora adjunta da UnB, Natacha Toral, publicada no Correio Braziliense, nos traz dados sobre a realidade encontrada no DF.
Natacha Toral avaliou o consumo de adolescentes dos 8º e 9º anos (antigas 7ª e 8ª séries), com base no dia anterior à sondagem.

“No momento em que a gente chegava na escola, perguntava como tinha sido a alimentação deles um dia antes e eles nos contavam. Ainda estamos fazendo novas análises, mas conseguimos verificar até agora que 89% desses estudantes não alcançaram o mínimo de cinco porções diárias de frutas e hortaliças, como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS)”, explica Natacha. “Ou seja, isso mostra que esses adolescentes têm uma inadequação muito grande na alimentação, ou melhor, que ela está muito desequilibrada”, avalia.


Cerca de 17% dos adolescentes entrevistados apresentavam excesso de peso, um problema que a nutricionista analisa como grave, levando em conta o índice aceitável de 10%, também da OMS. Segundo ela, os jovens estão em fase de formação do hábito alimentar e, provavelmente, manterão o mesmo padrão de consumo na vida adulta. “Isso implicaria um risco maior do desenvolvimento de algumas doenças crônicas não degenerativas, como alguns tipos de câncer e outras doenças que estão aparecendo cada vez mais cedo entre adolescentes. É o caso de obesidade, hipertensão”, elenca.


Uma estratégia utilizada na pesquisa foi testar uma intervenção nutricional. Para isso, foram distribuídos todo mês, entre os adolescentes, materiais educativos, principalmente, revistas sobre alimentação saudável e informativos.


“Em um primeiro momento, eles eram avaliados sem a intervenção e, após a implantação, eles eram reavaliados. O problema é que o material não teve impacto para melhorar o consumo de frutas e hortaliças. Pudemos entender então que o comportamento alimentar do adolescente é algo muito complexo e são necessárias várias outras estratégias para melhorar a alimentação deles”, esclarece a professora Natacha.



No distrito federal encontra-se um universo de cerca de 445 mil alunos que recebem a merenda escolar. E o sobrepeso e o baixo consumo de frutas e hortaliças é a realidade mais encontrada. Antes da implementação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), instituído em 2009, a merenda era oferecida apenas às crianças do Ensino Fundamental. Sem dúvidas, a merenda escolar é uma excelente estratégia para uma mudança no hábito alimentar. O fato é que a nossa legislação exige que a merenda contemple 20% das necessidades energéticas do indivíduo. Mas a realidade posta em prática é bem diferente. Infelizmente, por inúmeros motivos, não é possível a chegada da merenda adequada aos escolares. O que além de ser uma transgressão às nossas leis, faz com que esse quadro de sobrepeso e perpetuação de hábitos alimentares pouco saudáveis seja ainda mais preponderante.

Fonte:http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/23/cidades,
i=219549/ALUNOS+GORDINHOS+E+NADA+SAUDAVEIS+DIZ
+PESQUISA+DA+UNIVERSIDADE+DE+BRASILIA.shtml


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